Os
monstros e bruxas reais
Já fui guerreira e venci batalhas,
com monstros muito fortes e bruxas, que mesmo eu achando o contrário, eram
boas.
Esses monstros eram tão fortes que
eu não pude combatê-los sozinha em casa, tive que pedir ajuda a heróis. Na verdade,
eles só se tornaram heróis mais tarde pra mim, pois eu achava que eles eram os
vilões.
Depois de muita batalha, os heróis derrotaram
os monstros. Mas esse não era o fim, pois depois de uma luta, você precisa se
recuperar.
Então vieram as bruxas, as quais eu
achava que eram más, mas não eram!
Para eu me recuperar, as bruxas
precisavam colocar poções dentro de mim, e essa era a pior parte, porque doía
muuuuito!!
Era sempre muito chato ter que
esperar a poção inteira ser “injetada”. Durante esse tempo, minha mãe lia pra
mim, ou eu brincava com os outros pequenos guerreiros (os quais eu nunca
consegui lembrar o nome).
Essa experiência teve algumas consequências,
mas com toda certeza, a que eu menos gostei foi ter que raspar o meu cabelo.
Lembro que no dia, depois que eu
cortei o cabelo, olhei no espelho e na mesma hora pensei: “Eu sabia, fiquei
parecendo um menino!”
Acho que foi uma das piores
sensações do mundo, mas não tinha o que fazer, minha única opção era aceitar, e
foi isso que eu fiz.
Com o tempo, minhas defesas foram
ficando mais fortes, e eu também, a quantidade de poções foi diminuindo, os heróis
começaram a parecer realmente heróis e as bruxas se tornaram verdadeiramente
boas.
E foi assim que meus olhos de seis
anos enxergaram uma quimioterapia, com os heróis (médicos) e as bruxas boas (enfermeiras).
* Texto escrito por Luíza para uma redação da escola.
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