segunda-feira, 24 de junho de 2013

Todos são vencedores!

Há algo que me incomoda bastante quando falamos de luta contra o câncer. E hoje gostaria de desabafar um pouco sobre isso. Sempre quando uma pessoa vence essa terrível doença, nós a chamamos de VENCEDORA. Claro, ela é! E como é! Mas, ao fazer isso, sem querer, estamos classificando as pessoas que não sobreviveram à doença como “perdedoras”? Isso é um tremendo equívoco!
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Porque só a luta já a torna uma vencedora. Mesmo que o final não seja aquele pelo qual esperamos. A partir do momento que se recebe um diagnóstico de câncer, todos são alçados a uma categoria especial de seres humanos: a categoria que exige uma dose extra de força e de vontade de viver. E quando compramos essa briga com a natureza, quando olhamos fixamente em direção a essa doença e gritamos “sou muito mais forte do que você imagina!”, somos vencedores.

Cada etapa do tratamento é uma batalha. E a vitória não vem apenas da cura, mas do modo como enfrentamos o problema. Quantas e quantas pessoas passaram anos brigando, expondo-se a tratamentos dolorosos, vendo seu mundo se resumir a hospital, soro, dores, febre e superação, mas, no final, sucumbiram ao mal? Foi porque foram fracos, por que não tiveram forças suficientes? Não, amigos! Talvez porque são pessoas escolhidas a dedo por Deus para ir para perto dele com espírito fortalecido, repleto de fé e devoção à vida.

Vamos enaltecer essas pessoas! Fica decretado agora que todos os que foram acometidos pela doença, mesmo que não tenham tido êxito na luta terrena, serão chamados de VITORIOSOS!

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Pronto, desabafo feito... vamos às notícias da Luíza: a pouco mais de um mês de completar 9 anos, nossa menina está linda e saudável. Exames em ordem, vida normal. Ou quase... daquela época de estresse e tensão, sobraram alguns desafios para superar agora. O nervoso fez com que o emocional da Lu ficasse um pouco fragilizado e ela desenvolveu alguns mecanismos para rejeitar a ideia de “doença”.

Ela passou a ter alguns desmaios sempre quando sentia medo de ficar doente. Se tinha febre por causa de uma gripe, já entrava em desespero. Quando tinha que fazer os exames de rotina, desmaiava ou tinha náuseas. A pressão caía e algumas vezes tive que ir buscá-la na escola por estar se sentindo tonta e com ânsia. 

Diante disso, fomos atrás de especialistas: primeiro, neurologista; depois, cardiologista. Ambos encaminharam para tratamento psicológico. Conseguimos uma psicóloga recentemente e ela está fazendo terapia.

De fevereiro pra cá, algumas dores de barriga surgiram, o que nos deixou apreensivos. Voltamos à consulta com a oncologista e, como os exames estavam ok (graças a Deus!), fomos encaminhados para uma gastro. Exames de fezes, urina e raio x, mais uma boa análise no consultório, levaram a outro diagnóstico: Síndrome do Intestino Irritável, uma disfunção intestinal gerada por... estresse! Ele, mais uma vez. Remédio? Tratamento psicológico (que bom que já estamos fazendo) e alimentação saudável (estamos nos esforçando bastante quanto a isso).

Bem, realmente eu não tinha a ilusão de que sairíamos ilesos daquele ano de tensão total. Mas não imaginei o quanto o organismo da gente responde ao nosso caos interno. Quando o emocional é afetado por medo, angústia, nervosismo, o corpo passa a dar sinais.


Luíza está bem agora, sem dor de barriga, com ótimo apetite, com energia de sobra na escola (foi até viajar com a turminha esses dias!). As notas na escola estão excelentes, ela tem uma rotina cheia de atividades gostosas e estimulantes. Só cuidar e agradecer a Deus mais uma vez por nos dar a chance de superar os obstáculos que surgem e acreditar que a vida sempre é melhor do que a gente imagina.


Um beijo

terça-feira, 9 de abril de 2013

Exames de rotina

Ontem, Dia Mundial de Combate ao Câncer, por ironia do destino, foi dia de consulta. Sete meses sem ir ao hospital... graças ao bom Deus!
Passamos em consulta com a dra. Ana, que pediu os exames de rotina: tomografia do pulmão, ressonância magnética e exame de sangue.
A químio infantil estava bem vazia, apenas três pacientes. Entre eles, a linda Maria Luíza, que vai fazer dois aninhos na semana que vem. Acompanhei o luta dos pais dela no ano passado, quando descobriram a doença: o mesmo tumor de wilms da minha Luíza.
Conversamos durante um tempo, trocando informação e, em agosto de 2012, Maria Luiza teve alta. Somente agora eu pude conhecê-la pessoalmente... uma fofura!
Cada vez que vou ao HE, fico comovida... não só pelo que passamos, mas por todas aquelas pessoas que estão lá em tratamento. Cada rosto esconde uma história de vida, mas agora todos estão nivelados aos pés da mesma doença. Um mal traiçoeiro, que não escolhe suas vítimas. Há pouca luz no fim desse túnel. Só algumas suspeitas para tantos casos no mundo inteiro: alimentação? agrotóxicos? cigarro? álcool? ainda não temos nenhuma certeza... só pontos de interrogação e angústia.

Gostaria de compartilhar uma matéria que foi publicada hoje no Jornal da Cidade com o tema. Eu dei entrevista e contei um pouco da história da nossa guerreira.

Câncer mata mais de 1 por dia em Bauru

Mesmo com evoluções no tratamento, a doença fez 400 vítimas em 2012; hoje é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer

Vitor Oshiro
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Considerado a “doença do século”, o câncer ainda preocupa muito. Apesar de toda a evolução no tratamento e no diagnóstico, a doença não para de fazer vítimas. Dados da Secretaria de Saúde de Bauru confirmam isso. Somente em 2012, 400 bauruenses morreram. Porém, casos de pessoas que superaram a doença mostram que vale a pena lutar.
Hoje, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Apesar da grande mortalidade, o número de óbitos diminuiu em relação a 2011. Os dados mostram que foram 433 mortes, ou seja, 2012 teve uma redução de mais de 8%.
Mas essa diminuição não deve iludir. Nos últimos quatro anos, foram 1.655 vítimas fatais em Bauru por conta do câncer. “Hoje, o diagnóstico é mais precoce. O que ajuda bastante na possibilidade de cura. Mas ainda é considerada a ‘doença do século’”, alerta a coordenadora de oncologia clínica do Hospital Estadual (HE), Ana Cristina Xavier Neves.
Outra informação que ajuda a dar dimensão do risco real no câncer é que a doença tinha muita subnotificação no passado. “Muitos morreram de câncer sem terem sido diagnosticados. Hoje, 90% dos casos têm o diagnóstico”.
Em suma, o câncer é o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos. A temida e perigosa metástase é quando a doença se espalha para outras regiões do corpo.
“A causa pode ter origem hereditária e também em inúmeros fatores ambientais. Deles, o principal é o fumo, mas há também radiação, doenças virais e até mesmo a alimentação”, explica a médica.
É justamente por ser tão multifatorial que não se descobre a cura exata do câncer. “Como você pode ver, há uma prevenção. Se as pessoas evitarem essas condições ambientais, o risco de ter câncer é bem menor”.
O tratamento atual possui três pilares: a cirurgia de retirada do câncer, quimioterapia e radioterapia. “Tanto o tratamento quanto a conscientização dos médicos melhorou bastante. O problema é que, mesmo com o diagnóstico mais precoce, ainda há muitos pacientes que chegam em estado muito avançado, o que dificulta o tratamento.”
Em quimioterapia
Além dos dados de mortalidade, outra estatística mostra a face da doença. “Só no Hospital Estadual, há, atualmente, 1.500 adultos fazendo quimioterapia e cerca de 50 crianças”, revela a coordenadora de oncologia clínica do HE.
Ana Cristina alerta ainda que há vários sinais que podem denunciar a existência de um câncer, contudo, o conselho geral é ficar atento a qualquer dor constante. “Se a pessoa tem uma dor persistente em algum lugar do corpo, o fato precisa ser investigado. Ela precisa procurar um profissional”, finaliza a oncologista.

Serviço
O Hospital Estadual atende pelo Serviço Único de Saúde (SUS) em Bauru. O encaminhamento é feito pelo Serviço de Orientação e Prevenção do Câncer (SOPC). O órgão fica na rua Manoel Bento da Cruz, 26-11, Vila Santo Antônio. O telefone é o 3218-9086.


HPV como causa do câncer
Uma das principais causas de alguns tipos de câncer é o papilomavírus, ou HPV, transmitido nas relações e carícias sexuais, incluindo beijo e sexo oral. O HPV está associado ao câncer de útero, boca, orofaringe - ou garganta - e peniano. A vacina contra 4 tipos de HPV em meninas e meninos de 9 anos previne este tipo de câncer pelo resto da vida.
Vem cá Luíza, me dá tua mão...
Aceituno Jr.
“Quando você divide a dor, ela diminui”, resume Rose Araújo, mãe da pequena Luíza
17 de dezembro de 2010. A família de Luíza Araújo Peres, hoje com 8 anos, preparava-se para o Natal. Naquele dia, todos os planos foram interrompidos por uma notícia brusca. Ao levar a pequena ao médico com uma dor abdominal insistente, foi descoberta uma “massa” no rim. Pouco depois, veio a confirmação: a menina, que sempre foi saudável, estava com um tumor maligno. Tratava-se de um tumor de Wilms, um tipo de câncer renal comum em crianças. “Foi um choque. Mas, a médica disse que iria tirar e que nós não precisávamos sair do hospital e se jogar na frente de um caminhão”, conta a mãe de Luíza, Rose Araújo, 38 anos.
“Nós nos desesperamos, mas tivemos que segurar a onda e entrar no quarto, olhar pra carinha dela e enfrentar. Ela precisava da gente forte e passando segurança”, aponta. O rim direito de Luíza foi retirado. A partir daí, começou outra luta. Era preciso fazer radioterapia e quimioterapia. “Não há um equipamento decente em Bauru para radioterapia e era véspera de Natal. Então, tudo era mais difícil”.
O tratamento durou 34 semanas. Foram 27 sessões de quimioterapia. Cada mês que passava, Luíza comemorava e tirava a folha do calendário. A válvula de escape foi criar um blog. O “Vem cá Luíza, me dá tua mão...” (umalindaluiza.blogspot.com.br) era, ao mesmo tempo, uma forma de contar a amigos e familiares o passo a passo do tratamento e pôr para fora a angústia. “Quando você divide a dor, ela diminui”, resume Rose Araújo.
Um ano depois de luta árdua, Luíza voltou para a escola. Os exames semestrais mostram que ela não tem mais nada. Em janeiro deste ano, Rose voltou a postar, após seis meses, no blog. “Como é bom perceber que o pesadelo é cada vez mais distante da nossa realidade”, diz, na postagem. Já a Luíza voltou ao hospital. Dessa vez, não usava a vestimenta de paciente. Fantasiada de fada, ela levou brinquedos para os amigos que ainda estão na luta. Na verdade, levou esperança.


‘Coloco a bola no meio campo e parto para a vitória’
Seu time está com a vitória nas mãos até o fim do segundo tempo. O título está próximo. Parece que nada pode dar errado. Então, de repente, o adversário vira o placar. Como levantar a cabeça e reiniciar a partida? É essa a lição que Lucas Roberto Brandino Leme, 25 anos, passa a todos que conhecem sua história. Com o sonho de ser jogador desde que nasceu, o garoto, apelidado de Kejinho, passou por diversos clubes como Guarani, União São João, XV de Jaú e Toledo, sendo convocado para a Seleção Paulista sub-15 e pré-convocado na Seleção Brasileira da mesma categoria.
Quando tinha 15 anos, assinou contrato para jogar no clube italiano Roma. Entre alegria e expectativa, Kejinho começou a sentir algo estranho quando se exercitava “Eu estava treinando e passei mal, tive falta de ar e, um dia, acabei desmaiando”, conta. Ao procurar um médico, descobriu o pior. “O médico diagnosticou um câncer e me deu duas semanas de vida. Ele falou que o estágio da doença era muito avançado e, como estava muito grande no meio dos meus pulmões, ia acabar estourando eles”, lembra.
Kejinho e seus familiares ficaram em choque. Segundo ele, “muitas pessoas, inclusive médicos, não acreditaram que eu superaria esse problema, mas nunca pensei em desistir”. Após três anos de tratamento, Kejinho realizou os exames necessários e sua doença havia sido inteiramente curada. “O tratamento foi muito bom, mas tem três coisas que me seguraram: Deus, minha família e meu sonho de jogar futebol.”
Hoje, dez anos após o susto, ele está totalmente curado. Cursa administração e trabalha em uma agência bancária em São José do Rio Preto. De toda a doença, ficou a lição sobre o que fazer em situações graves: “coloco a bola no meio campo, reinicio a partida e parto para a vitória”.
Cartilha
A edição de ontem do JC veio com uma cartilha mostrando como os alimentos certos podem ajudar a eliminar as células cancerígenas. Ao todo, foram confeccionados 30 mil exemplares, com parceria do Jornal da Cidade e apoio da 96 FM, Associação Bauruense de Combate ao Câncer (ABCC), Grafilar e Ducom Design e Propaganda.
A cartilha “Como a alimentação pode ajudar a prevenir e vencer o câncer”, uma iniciativa da Rádio Auri-Verde, mostrou como cada alimento pode agir para prevenir os mais variados tipos de tumores.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Hora de agradecer

Olá, tudo bem?

Estamos há quase seis meses distante desse cantinho... mas isso é um bom sinal. Sim, a vida tem seguido seu curso normal e a nossa menina está linda e esbanjando saúde. Os exames de acompanhamento continuam, mas agora são semestrais. Como é bom perceber que o pesadelo é cada vez mais distante da nossa realidade.

Luíza foi muito bem na escola no ano que passou e está se preparando para voltar às aulas nos próximos dias, agora no 3° ano. O cabelo está chanel, todo cacheado, bem mais do que era antes da químio (alíás, eles estavam bem lisos antes da queda). Ela se acostumou com a nova textura dos fios e está feliz da vida porque já é possível fazer rabo de cavalo.

No final do ano, voltamos ao hospital, mas dessa vez para agradecer toda a atenção que tivemos da equipe. Nossa maneira de retribuir foi alegrando o dia de alguns pequenos guerreiros que estão em tratamento. Vestida de fada, Luíza levou brinquedos para todos os amiguinhos, arrancando lágrimas dos adultos e sorrisos dos baixinhos.

Bastou um pedido no facebook para recebermos ajuda de vários amigos, que contribuíram com brinquedos e prendas para o bingo dos pacientes do HE. Muito obrigada a todos que ajudaram...

Seguem algumas fotos desse momento mágico:










Abraços,
Rose