segunda-feira, 19 de março de 2018


Os monstros e bruxas reais


               Já fui guerreira e venci batalhas, com monstros muito fortes e bruxas, que mesmo eu achando o contrário, eram boas.
            Esses monstros eram tão fortes que eu não pude combatê-los sozinha em casa, tive que pedir ajuda a heróis. Na verdade, eles só se tornaram heróis mais tarde pra mim, pois eu achava que eles eram os vilões.
            Depois de muita batalha, os heróis derrotaram os monstros. Mas esse não era o fim, pois depois de uma luta, você precisa se recuperar.
            Então vieram as bruxas, as quais eu achava que eram más, mas não eram!
            Para eu me recuperar, as bruxas precisavam colocar poções dentro de mim, e essa era a pior parte, porque doía muuuuito!!
            Era sempre muito chato ter que esperar a poção inteira ser “injetada”. Durante esse tempo, minha mãe lia pra mim, ou eu brincava com os outros pequenos guerreiros (os quais eu nunca consegui lembrar o nome).
            Essa experiência teve algumas consequências, mas com toda certeza, a que eu menos gostei foi ter que raspar o meu cabelo.
            Lembro que no dia, depois que eu cortei o cabelo, olhei no espelho e na mesma hora pensei: “Eu sabia, fiquei parecendo um menino!”
            Acho que foi uma das piores sensações do mundo, mas não tinha o que fazer, minha única opção era aceitar, e foi isso que eu fiz.
            Com o tempo, minhas defesas foram ficando mais fortes, e eu também, a quantidade de poções foi diminuindo, os heróis começaram a parecer realmente heróis e as bruxas se tornaram verdadeiramente boas.
            E foi assim que meus olhos de seis anos enxergaram uma quimioterapia, com os heróis (médicos) e as bruxas boas (enfermeiras).


* Texto escrito por Luíza para uma redação da escola.


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Comemorando 5 anos de renascimento!

Há cinco anos, nós estávamos em contagem regressiva para o fim do mês. Desejávamos que agosto passasse rápido, pois ele determinava o fim de um ciclo. Os dias se arrastavam, mas precisavam ser vividos por completo, pois eles iriam marcar nossa história para sempre.

Assim como imaginávamos, a partir daquele agosto, tudo foi diferente. A vida se desenrolou com suas cores e lutas, suas alegrias e descobertas... e cinco anos se passaram!
Sim, 5 anos!!!

Mais um ciclo se encerra. Agora é hora de comemorar a entrada em uma nova etapa de vida.
Acabamos de chegar do Hospital Estadual e voltamos com o coração repleto de gratidão e alegria.

Os primeiros 5 anos pós-tratamento acabaram! O que significa que a partir de agora o acompanhamento passa a ser anual. Exames apenas UMA VEZ por ano!

Um grande passo, uma verdadeira bênção!


Levamos os exames para a querida dra. Ana ver e ela disse que está tudo perfeito, lindo e saudável. Segundo ela, podemos dizer que a Luíza já está curada, pela histologia do câncer, quimioterapia e resposta ao tratamento. No entanto, vamos seguir o protocolo, que determina 10 anos de acompanhamento da doença. Apenas por segurança.

Hoje só quero agradecer a Deus e à Nossa Senhora das Graças, que sempre nos abençoaram com vitórias. A vida segue iluminada e feliz!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Cinco anos... 1.460 dias!

O que aconteceu na sua vida nos últimos cinco anos? Você casou? Separou? Teve filhos? Se formou na faculdade? Mudou de vida? Pois eu mudei! Cinco anos hoje me separam da Rose que eu era pra Rose que eu sou.

Até o dia 15 de dezembro de 2010 eu não sabia muita coisa sobre a vida... Não sabia o que era medo, desespero, dor. Não sabia também o tamanho do amor nem quanto o coração suportaria as aflições. Mas também não tinha noção de gratidão. Não imaginava o quanto é justo e necessário levantar diariamente e agradecer pela vida e por cada momento que passamos.

Foi no dia 15 de dezembro de 2010 que a Luíza sentiu aquela dor de barriga sem precedentes, muito forte, e precisou ser internada. Foi exatamente há cinco anos.


Sim, minha gente: CINCO ANOS!

Essa quantidade de tempo é muito significativa. Foi quando descobrimos o câncer e passamos por todo aquele tormento que vocês já conhecem (e se não conhecem, é só acessar aqui). A sequência desse dia foi de muito medo, sofrimento e luta.



Mas hoje eu posso respirar aliviada e pensar: passou!

Cinco anos depois nossa menina segue se desenvolvendo normalmente, sem nenhuma sequela. Até medo de agulha perdeu!

Está ficando uma mocinha linda, descobrindo cada milímetro de vida que surge à sua frente.
Fazendo planos, costurando enredos, tecendo amizades, solidificando ainda mais o amor.

Encerrou agora o Ensino Fundamental 1 e ruma para a segunda etapa, o 6º ano. Acabou de fazer a Primeira Eucaristia. Sabe desenhar e pinta quadros como uma artista.

Escreve pequenos livros, inventa brincadeiras, sonha com viagens, quer ser professora e também artista de tevê.



E só pode saborear tudo isso graças ao atendimento e tratamento que recebeu, aos cuidados médicos, aos remédios doloridos e enjoativos que tomou... mas, sobretudo, graças a Deus, que nos fortaleceu, mostrou a fé e a vontade de viver, desenhou novos rumos e nos trouxe exatamente para o dia de hoje.



Trata-se de uma data especial e se eu pudesse pedir algo, pediria para levar um pouco de esperança a todos que enfrentam os males do corpo e da alma. A todos que lutam contra doenças, sobretudo aos pais dos lindos guerreiros que enfrentam o câncer. E também a quem hoje, infelizmente, não tem mais o filho ao lado para agradecer, mas mesmo assim segue sua luta diária contra a saudade e a tristeza. E que mesmo no vazio da alma encontra forças para seguir em frente, ajudando e acolhendo quem precisa.

Obrigada meu Deus por ter me fortalecido e ensinado o significado do amor através da Luíza!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Novos tempos...

Olá!

O blog anda bastante abandonado, é bem verdade! É difícil ter tempo para vir aqui atualizar. E, a bem da verdade, ele já cumpriu com maestria o seu principal objetivo, que era o de compartilhar a luta da Luíza naqueles dias difíceis.
Porém, vez ou outra recebo mensagens de pessoas que passam por aqui em busca de alento. São internautas que, assim como nós, procuram na web histórias positivas contra o câncer. Pessoas que estão na luta e precisam de dicas, de informação e, mais do que isso, de consolo em saber que a vitória é uma meta atingível.
Por isso, vim aqui hoje deixar uma mensagem muito importante para quem está na batalha. Força, foco e fé! Vai passar, com certeza, vai passar...
E, para provar que passou, vou contar uma história. No último mês de agosto, completamos três anos da última quimioterapia. Mais de 1.000 dias longe do pesadelo! Ufa, como é bom olhar pra trás e saber que tudo está cada vez mais distante do nosso dia a dia.
E, para comemorar a data, a Luíza foi à cabeleireira. Como assim? Tá vaidosa desse jeito, é? rs
Na verdade, ela decidiu que, depois da sua festinha de 10 anos, iria cortar o cabelo na altura do ombro. Como ela estava com fios muito compridos, sugerimos a ela que doasse as mechas para a ong Cabelegria, que faz perucas para doar às crianças com câncer.
Ela topou na hora. Marcamos horário na Neia, nossa cabeleireira querida, e lá fomos nós em um dia chuvoso e frio para mudar o visual.
Foi rápido e muito prazeroso! Luíza adorou o novo corte! As mechas cortadas - mais de 12cm - foram embaladas e enviadas para a ong, que tem um trabalho muito especial e bonito.
Esse momento ficará marcado para sempre em nossa memória! Como é boa a oportunidade de doar um pouquinho de nós para outras pessoas que estão precisando!
Com certeza, as mechinhas cacheadas da Luíza estão se tornando uma peruquinha charmosa, que vai levar alegria e proteção para uma amiguinha guerreira!
A história da ong, da doação e da Luíza foram parar no site da apresentadora Ana Maria Braga.
Aqui está: http://anamariabraga.globo.com/canais/personagens/amigas-criam-ong-de-doacao-de-cabelos-para-criancas-com-cancer.htmlc5127d1fbce082c29d9f8ac8b2725873

E seguem as fotos da nossa princesa Luíza - antes e depois:







É isso ai! A vida é uma dádiva... é linda! Obrigada, Deus!

Beijos

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Todos são vencedores!

Há algo que me incomoda bastante quando falamos de luta contra o câncer. E hoje gostaria de desabafar um pouco sobre isso. Sempre quando uma pessoa vence essa terrível doença, nós a chamamos de VENCEDORA. Claro, ela é! E como é! Mas, ao fazer isso, sem querer, estamos classificando as pessoas que não sobreviveram à doença como “perdedoras”? Isso é um tremendo equívoco!
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Porque só a luta já a torna uma vencedora. Mesmo que o final não seja aquele pelo qual esperamos. A partir do momento que se recebe um diagnóstico de câncer, todos são alçados a uma categoria especial de seres humanos: a categoria que exige uma dose extra de força e de vontade de viver. E quando compramos essa briga com a natureza, quando olhamos fixamente em direção a essa doença e gritamos “sou muito mais forte do que você imagina!”, somos vencedores.

Cada etapa do tratamento é uma batalha. E a vitória não vem apenas da cura, mas do modo como enfrentamos o problema. Quantas e quantas pessoas passaram anos brigando, expondo-se a tratamentos dolorosos, vendo seu mundo se resumir a hospital, soro, dores, febre e superação, mas, no final, sucumbiram ao mal? Foi porque foram fracos, por que não tiveram forças suficientes? Não, amigos! Talvez porque são pessoas escolhidas a dedo por Deus para ir para perto dele com espírito fortalecido, repleto de fé e devoção à vida.

Vamos enaltecer essas pessoas! Fica decretado agora que todos os que foram acometidos pela doença, mesmo que não tenham tido êxito na luta terrena, serão chamados de VITORIOSOS!

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Pronto, desabafo feito... vamos às notícias da Luíza: a pouco mais de um mês de completar 9 anos, nossa menina está linda e saudável. Exames em ordem, vida normal. Ou quase... daquela época de estresse e tensão, sobraram alguns desafios para superar agora. O nervoso fez com que o emocional da Lu ficasse um pouco fragilizado e ela desenvolveu alguns mecanismos para rejeitar a ideia de “doença”.

Ela passou a ter alguns desmaios sempre quando sentia medo de ficar doente. Se tinha febre por causa de uma gripe, já entrava em desespero. Quando tinha que fazer os exames de rotina, desmaiava ou tinha náuseas. A pressão caía e algumas vezes tive que ir buscá-la na escola por estar se sentindo tonta e com ânsia. 

Diante disso, fomos atrás de especialistas: primeiro, neurologista; depois, cardiologista. Ambos encaminharam para tratamento psicológico. Conseguimos uma psicóloga recentemente e ela está fazendo terapia.

De fevereiro pra cá, algumas dores de barriga surgiram, o que nos deixou apreensivos. Voltamos à consulta com a oncologista e, como os exames estavam ok (graças a Deus!), fomos encaminhados para uma gastro. Exames de fezes, urina e raio x, mais uma boa análise no consultório, levaram a outro diagnóstico: Síndrome do Intestino Irritável, uma disfunção intestinal gerada por... estresse! Ele, mais uma vez. Remédio? Tratamento psicológico (que bom que já estamos fazendo) e alimentação saudável (estamos nos esforçando bastante quanto a isso).

Bem, realmente eu não tinha a ilusão de que sairíamos ilesos daquele ano de tensão total. Mas não imaginei o quanto o organismo da gente responde ao nosso caos interno. Quando o emocional é afetado por medo, angústia, nervosismo, o corpo passa a dar sinais.


Luíza está bem agora, sem dor de barriga, com ótimo apetite, com energia de sobra na escola (foi até viajar com a turminha esses dias!). As notas na escola estão excelentes, ela tem uma rotina cheia de atividades gostosas e estimulantes. Só cuidar e agradecer a Deus mais uma vez por nos dar a chance de superar os obstáculos que surgem e acreditar que a vida sempre é melhor do que a gente imagina.


Um beijo

terça-feira, 9 de abril de 2013

Exames de rotina

Ontem, Dia Mundial de Combate ao Câncer, por ironia do destino, foi dia de consulta. Sete meses sem ir ao hospital... graças ao bom Deus!
Passamos em consulta com a dra. Ana, que pediu os exames de rotina: tomografia do pulmão, ressonância magnética e exame de sangue.
A químio infantil estava bem vazia, apenas três pacientes. Entre eles, a linda Maria Luíza, que vai fazer dois aninhos na semana que vem. Acompanhei o luta dos pais dela no ano passado, quando descobriram a doença: o mesmo tumor de wilms da minha Luíza.
Conversamos durante um tempo, trocando informação e, em agosto de 2012, Maria Luiza teve alta. Somente agora eu pude conhecê-la pessoalmente... uma fofura!
Cada vez que vou ao HE, fico comovida... não só pelo que passamos, mas por todas aquelas pessoas que estão lá em tratamento. Cada rosto esconde uma história de vida, mas agora todos estão nivelados aos pés da mesma doença. Um mal traiçoeiro, que não escolhe suas vítimas. Há pouca luz no fim desse túnel. Só algumas suspeitas para tantos casos no mundo inteiro: alimentação? agrotóxicos? cigarro? álcool? ainda não temos nenhuma certeza... só pontos de interrogação e angústia.

Gostaria de compartilhar uma matéria que foi publicada hoje no Jornal da Cidade com o tema. Eu dei entrevista e contei um pouco da história da nossa guerreira.

Câncer mata mais de 1 por dia em Bauru

Mesmo com evoluções no tratamento, a doença fez 400 vítimas em 2012; hoje é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer

Vitor Oshiro
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Considerado a “doença do século”, o câncer ainda preocupa muito. Apesar de toda a evolução no tratamento e no diagnóstico, a doença não para de fazer vítimas. Dados da Secretaria de Saúde de Bauru confirmam isso. Somente em 2012, 400 bauruenses morreram. Porém, casos de pessoas que superaram a doença mostram que vale a pena lutar.
Hoje, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Apesar da grande mortalidade, o número de óbitos diminuiu em relação a 2011. Os dados mostram que foram 433 mortes, ou seja, 2012 teve uma redução de mais de 8%.
Mas essa diminuição não deve iludir. Nos últimos quatro anos, foram 1.655 vítimas fatais em Bauru por conta do câncer. “Hoje, o diagnóstico é mais precoce. O que ajuda bastante na possibilidade de cura. Mas ainda é considerada a ‘doença do século’”, alerta a coordenadora de oncologia clínica do Hospital Estadual (HE), Ana Cristina Xavier Neves.
Outra informação que ajuda a dar dimensão do risco real no câncer é que a doença tinha muita subnotificação no passado. “Muitos morreram de câncer sem terem sido diagnosticados. Hoje, 90% dos casos têm o diagnóstico”.
Em suma, o câncer é o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos. A temida e perigosa metástase é quando a doença se espalha para outras regiões do corpo.
“A causa pode ter origem hereditária e também em inúmeros fatores ambientais. Deles, o principal é o fumo, mas há também radiação, doenças virais e até mesmo a alimentação”, explica a médica.
É justamente por ser tão multifatorial que não se descobre a cura exata do câncer. “Como você pode ver, há uma prevenção. Se as pessoas evitarem essas condições ambientais, o risco de ter câncer é bem menor”.
O tratamento atual possui três pilares: a cirurgia de retirada do câncer, quimioterapia e radioterapia. “Tanto o tratamento quanto a conscientização dos médicos melhorou bastante. O problema é que, mesmo com o diagnóstico mais precoce, ainda há muitos pacientes que chegam em estado muito avançado, o que dificulta o tratamento.”
Em quimioterapia
Além dos dados de mortalidade, outra estatística mostra a face da doença. “Só no Hospital Estadual, há, atualmente, 1.500 adultos fazendo quimioterapia e cerca de 50 crianças”, revela a coordenadora de oncologia clínica do HE.
Ana Cristina alerta ainda que há vários sinais que podem denunciar a existência de um câncer, contudo, o conselho geral é ficar atento a qualquer dor constante. “Se a pessoa tem uma dor persistente em algum lugar do corpo, o fato precisa ser investigado. Ela precisa procurar um profissional”, finaliza a oncologista.

Serviço
O Hospital Estadual atende pelo Serviço Único de Saúde (SUS) em Bauru. O encaminhamento é feito pelo Serviço de Orientação e Prevenção do Câncer (SOPC). O órgão fica na rua Manoel Bento da Cruz, 26-11, Vila Santo Antônio. O telefone é o 3218-9086.


HPV como causa do câncer
Uma das principais causas de alguns tipos de câncer é o papilomavírus, ou HPV, transmitido nas relações e carícias sexuais, incluindo beijo e sexo oral. O HPV está associado ao câncer de útero, boca, orofaringe - ou garganta - e peniano. A vacina contra 4 tipos de HPV em meninas e meninos de 9 anos previne este tipo de câncer pelo resto da vida.
Vem cá Luíza, me dá tua mão...
Aceituno Jr.
“Quando você divide a dor, ela diminui”, resume Rose Araújo, mãe da pequena Luíza
17 de dezembro de 2010. A família de Luíza Araújo Peres, hoje com 8 anos, preparava-se para o Natal. Naquele dia, todos os planos foram interrompidos por uma notícia brusca. Ao levar a pequena ao médico com uma dor abdominal insistente, foi descoberta uma “massa” no rim. Pouco depois, veio a confirmação: a menina, que sempre foi saudável, estava com um tumor maligno. Tratava-se de um tumor de Wilms, um tipo de câncer renal comum em crianças. “Foi um choque. Mas, a médica disse que iria tirar e que nós não precisávamos sair do hospital e se jogar na frente de um caminhão”, conta a mãe de Luíza, Rose Araújo, 38 anos.
“Nós nos desesperamos, mas tivemos que segurar a onda e entrar no quarto, olhar pra carinha dela e enfrentar. Ela precisava da gente forte e passando segurança”, aponta. O rim direito de Luíza foi retirado. A partir daí, começou outra luta. Era preciso fazer radioterapia e quimioterapia. “Não há um equipamento decente em Bauru para radioterapia e era véspera de Natal. Então, tudo era mais difícil”.
O tratamento durou 34 semanas. Foram 27 sessões de quimioterapia. Cada mês que passava, Luíza comemorava e tirava a folha do calendário. A válvula de escape foi criar um blog. O “Vem cá Luíza, me dá tua mão...” (umalindaluiza.blogspot.com.br) era, ao mesmo tempo, uma forma de contar a amigos e familiares o passo a passo do tratamento e pôr para fora a angústia. “Quando você divide a dor, ela diminui”, resume Rose Araújo.
Um ano depois de luta árdua, Luíza voltou para a escola. Os exames semestrais mostram que ela não tem mais nada. Em janeiro deste ano, Rose voltou a postar, após seis meses, no blog. “Como é bom perceber que o pesadelo é cada vez mais distante da nossa realidade”, diz, na postagem. Já a Luíza voltou ao hospital. Dessa vez, não usava a vestimenta de paciente. Fantasiada de fada, ela levou brinquedos para os amigos que ainda estão na luta. Na verdade, levou esperança.


‘Coloco a bola no meio campo e parto para a vitória’
Seu time está com a vitória nas mãos até o fim do segundo tempo. O título está próximo. Parece que nada pode dar errado. Então, de repente, o adversário vira o placar. Como levantar a cabeça e reiniciar a partida? É essa a lição que Lucas Roberto Brandino Leme, 25 anos, passa a todos que conhecem sua história. Com o sonho de ser jogador desde que nasceu, o garoto, apelidado de Kejinho, passou por diversos clubes como Guarani, União São João, XV de Jaú e Toledo, sendo convocado para a Seleção Paulista sub-15 e pré-convocado na Seleção Brasileira da mesma categoria.
Quando tinha 15 anos, assinou contrato para jogar no clube italiano Roma. Entre alegria e expectativa, Kejinho começou a sentir algo estranho quando se exercitava “Eu estava treinando e passei mal, tive falta de ar e, um dia, acabei desmaiando”, conta. Ao procurar um médico, descobriu o pior. “O médico diagnosticou um câncer e me deu duas semanas de vida. Ele falou que o estágio da doença era muito avançado e, como estava muito grande no meio dos meus pulmões, ia acabar estourando eles”, lembra.
Kejinho e seus familiares ficaram em choque. Segundo ele, “muitas pessoas, inclusive médicos, não acreditaram que eu superaria esse problema, mas nunca pensei em desistir”. Após três anos de tratamento, Kejinho realizou os exames necessários e sua doença havia sido inteiramente curada. “O tratamento foi muito bom, mas tem três coisas que me seguraram: Deus, minha família e meu sonho de jogar futebol.”
Hoje, dez anos após o susto, ele está totalmente curado. Cursa administração e trabalha em uma agência bancária em São José do Rio Preto. De toda a doença, ficou a lição sobre o que fazer em situações graves: “coloco a bola no meio campo, reinicio a partida e parto para a vitória”.
Cartilha
A edição de ontem do JC veio com uma cartilha mostrando como os alimentos certos podem ajudar a eliminar as células cancerígenas. Ao todo, foram confeccionados 30 mil exemplares, com parceria do Jornal da Cidade e apoio da 96 FM, Associação Bauruense de Combate ao Câncer (ABCC), Grafilar e Ducom Design e Propaganda.
A cartilha “Como a alimentação pode ajudar a prevenir e vencer o câncer”, uma iniciativa da Rádio Auri-Verde, mostrou como cada alimento pode agir para prevenir os mais variados tipos de tumores.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Hora de agradecer

Olá, tudo bem?

Estamos há quase seis meses distante desse cantinho... mas isso é um bom sinal. Sim, a vida tem seguido seu curso normal e a nossa menina está linda e esbanjando saúde. Os exames de acompanhamento continuam, mas agora são semestrais. Como é bom perceber que o pesadelo é cada vez mais distante da nossa realidade.

Luíza foi muito bem na escola no ano que passou e está se preparando para voltar às aulas nos próximos dias, agora no 3° ano. O cabelo está chanel, todo cacheado, bem mais do que era antes da químio (alíás, eles estavam bem lisos antes da queda). Ela se acostumou com a nova textura dos fios e está feliz da vida porque já é possível fazer rabo de cavalo.

No final do ano, voltamos ao hospital, mas dessa vez para agradecer toda a atenção que tivemos da equipe. Nossa maneira de retribuir foi alegrando o dia de alguns pequenos guerreiros que estão em tratamento. Vestida de fada, Luíza levou brinquedos para todos os amiguinhos, arrancando lágrimas dos adultos e sorrisos dos baixinhos.

Bastou um pedido no facebook para recebermos ajuda de vários amigos, que contribuíram com brinquedos e prendas para o bingo dos pacientes do HE. Muito obrigada a todos que ajudaram...

Seguem algumas fotos desse momento mágico:










Abraços,
Rose