Quando você vira pai, os monstros voltam, são mais sérios! Monstro do imposto, do desemprego, de você não saber cuidar de sua família, de ver seus filhos sofrerem... Acho que já provei do meu medo mais violento... aquele que te deixa sem controle, fora do ar, paralisado... aquele que tem dor, mas você não sabe exatamente onde é, e ainda não consegui algumas respostas.
Coloquei o pé na loucura também...mas acho que eu tô normal agora. Bom, ainda converso com o meu chuveiro, tem coisas que só ele entende e outras que eu só consigo explicar para ele...
Luíza passou por cima de alguns medos meus e da Rose. Fiquei até surpreso! Isso nos acalmou muito, mas ainda existem outros que são bem difíceis pra todos. Ela ainda tem muito medo das agulhadas, principalmente dos acessos - aqueles caninhos que ficam no braço para o soro (quimio), remédios e coleta de sangue. Esses me assustavam também, mas acho que ela vai aprender a controlar (muita conversa psicológica do livro "Cap Nascimento ensina").
O medo do port-o-cath sumiu... acho que não vamos precisar colocar (ufa, uma decisão a menos pra tomar). Esse é outro medo terrível: tomar decisões para um filho que está doente. Quando nos passavam escolhas (que não foram muitas), o medo de errar dominava. Vocês podem escolher isso ou aquilo pra Luíza... o que pra mim soava como: você quer que martele o dedinho da mão ou do pé da Luíza? Tinha medo até de perguntar se tinha uma terceira opção (vai que é um dente?)! Doutora, eu quero 3 passagens pra Disney, dá pra arrumar?
Medo hoje só da terça-feira (e eu que detestava a segunda!). Se a Luíza reagir bem, acho que a tranquilidade voltará a reinar por aqui... agora é torcer, rezar e esperar.
A Bela jogando videogame
Quando isso acabar, vou ficar 3 anos sem comer beterraba... socorro... também vou tentar misturar no combustivel do carro da Rose pra ver se ele fica mais fortinho... carro triflex: álcool, gasolina e beterraba (hahaha).
Tô quase cedendo no assunto Barbie. Pensei em comprar o Ken pra mim, mas o coitado é muito desvalorizado... custa menos da metade da Barbie mais pereba da loja... e a Luíza tem a Barbie advogada, vai tomar tudo que o Ken tem (então, deixa quieto).
Há duas semanas, brincamos, cantamos, comemos, jogamos game, fazemos bagunça (dentro da lei), damos risadas e cumprimos nossas tarefas diárias... tudo isso sem medo. Só peço pra continuar assim até o fim do tratamento!
Beijos e obrigado pelos sorrisos e gargalhadas que ganhamos da família de Guarulhos...
PS* Manocure, poneys, barbies e agora peruca ruiva... socoooooorrooooo... se aparecer biquíni, eu mudo daqui!
Abraços,
Alexandre